28.5.11

#Desenho

Ah, não simpatizei com ela não. Encontrei perdida no meio de uns arquivos velhos, resolvi postar. Ainda é do mesmo jeito, pode clicar que o desenho aumenta.

25.5.11

1+1

 (Dá play na música lá do rodapé, tá?)


Antes mesmo de o sol nascer completamente, eu estava no ponto de ônibus. Era assim todo dia, minha rotina. O véu branco, presente da madrugada, me lembrava que o inverno não demoraria. Em meados de maio ele vinha, eu já devia ter me acostumado. O que eu não estava acostumado era ficar sozinho. Vi de longe um vultozinho correndo. Não, de fato não era aquele senhorzinho de sorriso simpático que conversava comigo até meu transporte passar. Era uma menina, de touca na cabeça, daquelas com um pompom em cima.

Ela se sentou na outra ponta do banco, encolhida, murmurando alguma coisa impossível de se entender. Eu tentava ver seu rosto olhando pelo canto dos olhos, por cima do ombro, mas minhas tentativas eram frustradamente vãs. Uma de suas mãos estava dentro de uma luva, a outra segurava algo quadrado e pequeno; seu casaco possuía detalhes que meninas daquela idade não usariam, as bolinhas na mochila. A pulseira. Sim, uma pulseira, que na verdade era um bracelete, com pingentes e coisas bem pequenas, coloridas e brilhantes me chamou a atenção. Dizia tanto sobre ela, sobre quem eu imaginava que ela seria.

Tentei ver seu rosto novamente, mas fui de encontro ao par de olhos que me fitava. Olhos lindos, que atravessaram a neblina e flecharam os meus. Olhos tímidos, que mudaram de foco ao perceber os meus. Eu não sabia o que dizer, nem se devia dizer. Meu pensamento gaguejava, tropeçava. Me levantei; o ônibus já vinha, com seu ruído e toda aquela ventania que causava assim que freava. Ela se levantou também.  Abri um sorriso, mas não demorei em cobri-lo com as mãos – senti minhas bochechas corarem.

Eu a segui, simplesmente, enquanto deslizou pelas escadas, atravessando a porta, sem fazer ruído algum além de seus murmúrios. Resolvo olhar em volta, apenas dois lugares vagos. Ela hesitava, imóvel. Passei a sua frente e me sentei ao lado da janela.  Sem opções, ela me seguiu.  Incrível vidro refletia seu rosto, tomando minha total atenção.  Observei cada traço, a firmeza das sobrancelhas, o contorno de cílios dos olhos, o desenho dos lábios. Era harmonioso o rosto, doce.

Tendo-a tão próxima, finalmente entendi seus ruídos. A pequena coisa quadrada tocava músicas. Não eram murmúrios... Ela cantarolava! Hora ou outra alguma frase escapava e por mais que eu me esforçasse, não conseguia entender nada além de uma ou duas palavras. Até que ela sorriu, sibilando “If I forgot who I am...” – meu cérebro estralando, coração acelerado; poderia jurar que estava suando dentro de toda aquela roupa, tamanha minha euforia. Eu conhecia essa.

Wold you please remember me…”- continuei. Instantaneamente, ela levou os olhos em minha direção, aos meus lábios. Cuz without you things go hazy” – completei a letra. Seus olhos sorriram, e seu rosto iluminou-se com o mais doce sorriso que eu já presenciara.  Ela colocou um dos fones em meu ouvido, e me deixou ver as coisinhas brilhantes que um de seus pulsos carregavam. Mal sabia eu o que me aguardava; do tamanho do coração que aquela menina ao meu lado protegia; de como alguém pode te aquecer, independente de quão frio esteja. Eu havia encontrado meu raio de sol.



22.5.11

Curta



- Você tá sempre desenhando. Por que você nunca me desenha?

- Ah, você sabe como é...

- Não, não sei. Como é que é?

- Ah, as cores... elas vieram com defeito. Elas não conseguem desenhar você. Não adianta, já tentei...

- Hã?

- É um problemão. Sabe, as cores... elas não são bonitas o suficiente...


O amor não é cego. Ele só te faz enxergar a beleza das coisas que passa despercebida quando está se olhando apenas com os olhos, não com o coração.

19.5.11

Palavras para Luz

 
Aquelas tardes com gosto de chá não voltam mais. Talvez alguém não mereça passar por isso duas vezes na vida, e eu já tive a minha chance. Éramos tão felizes assistindo televisão, correndo com a Veva entre as árvores do parque; deitados para olhar o céu, assistir o por-do-sol... Ultimamente eu tenho voltado lá só para te ver.

Seu bom dia era o que tornava meus dias tão sorridentes. Mas onde você está agora? Talvez fora dos dias bons, dos ruins, de todos eles. É estranho quando encontro dois pedaços de bolo perdidos na cozinha... antigamente eles não duravam mais do que algumas horas.

Descobri que a decoração da casa não trocava de lugar sozinha. Está tudo como você deixou, inclusive meu coração.  Meu corpo dói pela falta do teu abraço, seus beijos com cheiro de tinta e aquela bagunça que fazíamos enquanto você pintava. Eu ainda te amo.

O que me consola é que você ainda pode fazer o que gosta. Pintar o céu toda tarde, sem limites de espaço. Ver o por-do-sol de cima deve ser tão lindo. E eu tenho voltado lá pra te ver. Encontrar seu sorriso nas nuvens, e seus olhos nos tons de final de tarde.

De certa forma, estou parecido com você. Estou fora do tempo, pulsando por dentro, ardendo com o desejo de te ver ao abrir a porta depois do trabalho; de receber um beijo de criança, ouvindo o quanto meus olhos castanhos comuns são lindos.  Nada disso será meu novamente, eu já sei. Mas mesmo assim, suplico por apenas uma coisa, que você ouça cada vez que eu digo: Eu ainda te amo. Isso basta.

15.5.11

Ultimamente...

Vi esse post lá no blog da Cary e gostei hihi. Então, essa é minha versão de "o que ando fazendo ultimamente"

O que ando assistindo:

Eu assistia Ugly Betty quando passava na TV, mas foi só a primeira temporada. Mas estranhamente, encontrei um vídeo que me fez rir muito e lembrar como era divertido assistir, então fui atras da série e se tornou meu passatempo para os fins de noite. Só que o site onde eu baixava os episódios tirou os links do ar, mas não perdi a esperança não, vou achar outro.



Estou agarrado na assistindo a segunda temporada de Misfits - e não tem nada a ver com a banda. Essa série nem tem historinha de como eu a encontrei - foi procurando algo interessante e divertido pra assistir mesmo. O mais legal é que essa série te faz sorrir e chorar no mesmo episódio. Teve ótima crítica e recebeu o prêmio BAFTA na categoria drama. É bem curta, divertida. Sexo, drogas, super-poderes, drama, humor-negro, rock'n roll e um pouco de violência, saca? Isso tudo sem falar no vocabulário! Olha:



Último filme que vi e gostei bastante:

Rango! O filme é muito divertido e o sotaque dos personagens é contagiante. Olha aí!

Assista dublado, fikdik

O que ando escutando:

Tenho ouvido Sara Bareilles e The Bright Eyes – e me surpreendendo com o segundo, letras lindas, vocal simples e violãozinho.

City - Sara Bareilles


Lua - Bright Eyes


O que ando comendo:

Viciei no MilkShake da PH Rolfs porque é delicioso e da pra misturar 9873249837249 sabores; Goiabas e Leite em Pó com achocolatado – sem comentários. E, claro, meu vício vitalício:



Esqueci de colocar o Mentos Fruit na imagem ali, mas nem preciso falar que adoro ele né. Afinal, quem não gosta?

O que ando Lendo:

Os textos de faculdade e “Contos de Fadas” – livro que ganhei do meu pai *-*.


O que ando vestindo:

Calça jeans, camisetas normais - normais mesmo, sem estampas ou afins. Aprendendo com o xadrez. E com o inverno agora, retirando jaquetas e cachecóis do guarda-roupa. Adoro o frio! ódio porque eu não achei uma foto decente agasalhado - lê-se de corpo inteiro - então, vai essa mesmo hehe
Pico da Bandeira, Alto Caparaó - MG
Seis Graus negativos!
O que ando pensando:

Sobre a faculdade, projetos e que não dá pra ficar esperando o futuro não. Estou muito feliz porque consegui um emprego e também meio abobado em ver como a vida pode mudar sozinha. Ando me surpreendendo com os ultimo acontecimentos e só agora parei pra pensar. Num resumo total: Desde setembro de 2010 que não me sinto tão feliz. Finalmente tudo está chegando no lugar - tanto que até voltei ao bloggar. \o/


Em quem ando pensando:

Ando pensando em quem aguentou comigo até agora. Nas pessoas que me ajudaram com os últimos acontecimentos - ajuda que eu não esperava mesmo receber. Ando pensando em agradecer aos meus amigos por existirem na minha vida. Ando pensando em mim, em ser mais coerente e expontaneo. Tenho pensado em sentimentos que estão guardados e que devem ser mostrados; e em algumas pessoas que eu me distanciei sem motivo. É hora de consertar isso!

O que vou fazer:

Trabalhar. Ler. Estudar. Fazer trabalhos. Desenhar. Estudar. Ser feliz. Estudar. (não necessariamente nessa ordem).

E pra encerrar, uma imagenzinha do WeIt que eu gosto muito.

pinguim <3

9.5.11

Devaneio


Vou é te encontrar andando de bicicleta. Vamos pra um lugar longe daqui, seguindo as trilhas das cordas do seu violão, do meu desafino...

6.5.11

Entrelinhas de Quatro Paredes

Já passara das tantas da noite. Seus olhos já estavam fechados. Os meus não – eu velava seu sono, ouvia sua respiração. Estava em seu calor.

Fazia a releitura da noite. De todos os segundos. Não tive receio, me entreguei em suas mãos completamente. Era algo que eu sonhava há algumas luas e verões. Cada ruído que você me provocara foi cravado na minha memória, assim como suas unhas nas minhas costas; cada suspiro trocado, o sal e o suor, as mordidas, os beijos infinitos enquanto lábios se tocavam.

Depois dos puxões e todo ardor, em meus braços que você repousara. Eu ouvia promessas no silêncio e te prendia a mim por medo de te perder. Era engraçado sentir isso. Eu tive você por apenas algumas horas e agora... Algumas lágrimas me fugiam, rebeldia líquida. Me corroía não saber o rumo tomaríamos.

Estava vagando pelas idéias. Será que você me ama? Tudo o que acontecera momentos antes era a prova esfregada em você. Eu te amo. As interrogações permaneciam . Você me ama – eu sussurrava, tentando acreditar. Afirmava.

Trocando meu fôlego por mais esperança, eu pedia. Implorava para que as estrelas ficassem, que o sol não viesse. Talvez você me ame, mas por apenas uma noite. Talvez não seja amor. Talvez seja. E se for? Você ainda me amará amanhã?



3.5.11

Conversa Rica


[...]

- Não gosto de ser bonita sabe? [gole] Ficam falando as bonitas não servem pra casar [gole e lágrimas] e que não tem coração. Mas [gole] é mentira! E isso dói muito [gole]. Pô, eu também tenho um... [gole]

- Um coração, eu sei. Tem mesmo e eu acredito. Você é só um cordeirinho escondido em pele de lobo.

Ela sorriu, me estralou um beijo na bochecha e pegou a garrafa. Levantou-se falando que nossa conversa nunca acontecera e andou, sumiu. Ainda ouvi por certo tempo o barulho do salto alto batendo nas pedras da rua, mas não durou muito. Quem diria que isso aconteceria? Eu consolando a bonequinha da turma! Eu!

Preferi não teorizar e rir mesmo. Afinal. Era ela, eu e a garrafa. E quem acreditaria numa testemunha tão absoluta quanto uma garrafa?

1.5.11

Cheio de dedos

No início de abril, a Irlanda deu um passo um tanto admirável para uma nação inteira, até para os dias de hoje. Eu sei que quando se trata de preconceito, os avanços alcançados são consideráveis, mas não é todo dia que um país se levanta para defender seus habitantes gays contra o preconceito.

Sim, foi isso que eu achei bonito! Não estão fazendo barulho, queimando ônibus ou reivindicando direitos mirabolantes. Só querem ser aceitos. Correção: só querem viver normalmente, como qualquer outro ser humano desse planeta.

A iniciativa é apoiada pelo grupo “Belong To”, formado por pessoas das mais diversas opções, que tem entre 14 e 24 anos. O “protesto” é esse videozinho super-legal que foi o lançamento da campanha contra o bullying homofóbico.


E aí, já segurou a mão de alguém hoje?