6.5.11

Entrelinhas de Quatro Paredes

Já passara das tantas da noite. Seus olhos já estavam fechados. Os meus não – eu velava seu sono, ouvia sua respiração. Estava em seu calor.

Fazia a releitura da noite. De todos os segundos. Não tive receio, me entreguei em suas mãos completamente. Era algo que eu sonhava há algumas luas e verões. Cada ruído que você me provocara foi cravado na minha memória, assim como suas unhas nas minhas costas; cada suspiro trocado, o sal e o suor, as mordidas, os beijos infinitos enquanto lábios se tocavam.

Depois dos puxões e todo ardor, em meus braços que você repousara. Eu ouvia promessas no silêncio e te prendia a mim por medo de te perder. Era engraçado sentir isso. Eu tive você por apenas algumas horas e agora... Algumas lágrimas me fugiam, rebeldia líquida. Me corroía não saber o rumo tomaríamos.

Estava vagando pelas idéias. Será que você me ama? Tudo o que acontecera momentos antes era a prova esfregada em você. Eu te amo. As interrogações permaneciam . Você me ama – eu sussurrava, tentando acreditar. Afirmava.

Trocando meu fôlego por mais esperança, eu pedia. Implorava para que as estrelas ficassem, que o sol não viesse. Talvez você me ame, mas por apenas uma noite. Talvez não seja amor. Talvez seja. E se for? Você ainda me amará amanhã?



Um comentário:

  1. owwn que lindo! Adorei o texto, muito fofo...
    é mesmo horrível ter essa dúvida, ama ou não ama?
    Você conseguiu expressar isso muito bem, parabéns (:

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