10.12.11

Nós


"Você não deveria confiar em mim" foi o barulho feito enquanto seus dedos apertavam os meus. Que petulante malícia havia naquele sorriso que beijou meus olhos e se espalhou por toda minha face, fazendo subir calor - eu estava ficando vermelho de novo e meu desconcerto era eminente à medida que você caçoava da situação. E depois disso e daquilo, da falta do disse-me-disse, já era hora de estancar meus pensamentos sobre o ocorrido, o que inconscientemente me dava as respostas necessárias. Tão simples, tão previsível que se tornava até meio chatinho: Não levar tão a sério - talvez nem um pouco mesmo. Nós costumam ser desfeitos, então não vejo muito motivo para tentar amarrar as pontas soltas: deixa o vento embalá-las em sua coreografia; repara como serpenteiam no ar, tão juvenis, tão livres. A mim, mal cabe a tarefa de assistir a dança. Nem me atrevo a querer participar. Terminei decidindo por não decidir, por uma parte fiz o que não queria. Escolhi não escolher. Não quero ser a vítima - seria tão complexo e é algo que tem como pré-requisito uma natureza que não é a minha. Vou assistir por enquanto. No fundo, o que eu espero mesmo é que a fita marrom claro se desmarre e que o vento a empurre para perto... quero apanhá-la e dar um laço...

Um comentário:

  1. De qualquer modo ainda é bom ter alguém pra dizer o que sente, o que quer e se cabível a situação, dizer um adeus confortante. Seus textos são detalhados demais, isso me chamou muita atenção. Adorei o teu blog.

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