14.11.11

Quando, de novo?


Quando você invadia o quarto com uma risada, espalhando cheiro de banho tomado, pulava em cima de mim e vinha me beijando o pescoço, sapeca, enquanto eu brincava com seu cabelo molhado...

Quando nós assistíamos sessão da tarde e eu ficava emburrado porque você ria das minhas lágrimas e tentava colocar uma pipoca entre meus lábios até que eu abrisse um sorriso...

Quando sua camisa ficava pendurada na minha janela pra secar com o sol da manhã, antes de sairmos e tudo que havia no cômodo se impregnava do seu cheiro, como se houvesse da sua essência preso em cada canto ali...

Quando minha torta queimava as bordas e você comia tudo sem fazer careta, dizendo que estava mais delicioso do que a que a Tia Nastácia havia preparado no conteúdo da minha monografia...

Quando você punha a cabeça no meu peito e dizia que não queria voltar pro mundo real, que ser meu satélite era mais legal e a vida lá fora era muito chata pra ser desperdiçada...

Quando eu abri os olhos e você não estava lá...

Quando a minha imaginação me pregou peças outra vez...

Quando, pela milésima vez, eu chorei...


Um comentário:

  1. Não queria estragar o seu conto com um comentário meu. Na verdade, eu já estraguei, né!

    Singelo, profundo, comovente... Lindo, Felipe!

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