Quando você invadia o quarto com uma risada, espalhando
cheiro de banho tomado, pulava em cima de mim e vinha me beijando o pescoço,
sapeca, enquanto eu brincava com seu cabelo molhado...
Quando nós assistíamos sessão da tarde e eu ficava
emburrado porque você ria das minhas lágrimas e tentava colocar uma pipoca
entre meus lábios até que eu abrisse um sorriso...
Quando sua camisa ficava pendurada na minha janela pra
secar com o sol da manhã, antes de sairmos e tudo que havia no cômodo se
impregnava do seu cheiro, como se houvesse da sua essência preso em cada canto
ali...
Quando minha torta queimava as bordas e você comia tudo
sem fazer careta, dizendo que estava mais delicioso do que a que a Tia Nastácia
havia preparado no conteúdo da minha monografia...
Quando você punha a cabeça no meu peito e dizia que não
queria voltar pro mundo real, que ser meu satélite era mais legal e a vida lá
fora era muito chata pra ser desperdiçada...
Quando eu abri os olhos e você não estava lá...
Quando a minha imaginação me pregou peças outra vez...
Quando, pela milésima vez, eu chorei...
Não queria estragar o seu conto com um comentário meu. Na verdade, eu já estraguei, né!
ResponderExcluirSingelo, profundo, comovente... Lindo, Felipe!