18.10.11

Lamentável Decrescencia

Resolvi voltar ao monumento que eu abandonara tempos atrás. Não era grande, não era suntuoso, mas eu me apaixonara pelos detalhes. Pelo barulho que o vento fazia ao atravessá-lo, era uma musiquinha.

Ficava perto de um bosquezinho, no alto de um morro daqueles bem apiques, que não te deixam descer de bicicleta quando criança; do lado havia uma árvore, que lá pelos meados de setembro desdobrava-se em flores roxas e despia-se de suas folhas.

Aquele monumento, então meu, já havia agüentado facões e ladinismos; tempestades de palavras e trovões de deboche, mas manteve-se imóvel. Me encantou a sua força. Assim mesmo, uma ação completa, finita. Mal desconfiava...

Não existe fato, as coisas mudam. Eu já não era o mesmo e divagava o motivo que me fazia regressar para algo agora sem sentido. Contraditório ia pra ver de novo, pra ressuscitar as noites claras e os finais de semana confinados com a diversão particular. E fui.

Cheguei e vi o que me calou. Minha jornada - mal eu sabia, pobre de mim - fora pra dizer adeus ao que restou do que um dia foi bonito. É algo estranho o que sinto, talvez decepção. Já superei a dor, nunca houve arrependimento. Ainda é estranho... como se houvesse esquecido a letra de sua canção favorita. Meio inacreditável, já que ela quase cantava-se sozinha... era fácil. Uma musiquinha. Não posso me lembrar, nem sentir a batida. Mas eu sei que você sentiu monumento, forte demais. Insuportável, desmoronou.

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