Ainda fico rindo quando me lembro das nossas discussões que terminavam na cama. Era realmente divertido – você nervoso por eu não falar nada, eu vermelha e recolhida, com medo. Aí eu olhava pra você, do jeito que não podia, pedindo pra ficar bem. Você vinha e me beijava. E era um por cima do outro que tudo se resolvia.
Houve aquela vez em especial que discutimos na lanchonete de nome peculiar. Um detalhe indispensável: tínhamos uma única testemunha, um copo de whisky. Whisky mesmo, com energético. Eu sabia o que você tinha em mente. Discutir, me embebedar e depois ter uma noite selvagem – para que tentasse pegar o que nunca alcançou. Teria dado certo se você tivesse se lembrado de um outro detalhe pequeno: adoro vodka, vinho me derruba; porém, detesto whisky. Em meio a palavras grossas, olhares estranhos e caretas – inevitáveis a cada vez que o copo me ia aos lábios – nossa noite seguiu, terminando com um em cima do outro, pra não perder o costume.
Amar. Amar não, gostar. Gostar de você era especial, não tinha um gosto bom. Foi diferente de tudo que já me acontecera e por mais que não gostemos de admitir, não era sentimento o que nos prendia – antes fosse. Talvez se nós tivéssemos nos conhecido decentemente a história fosse outra. Admito que às vezes queria outro beijo seu, ninguém nunca me beijou como você beijou – alguns melhores, outros piores.. mas nenhum deles era o seu beijo.
Mas no fim foi divertido, éramos divertidos. Essa é a palavra certa. Era uma grande brincadeira. Duas pessoas brincando com o corpo uma da outra. E assim duramos uma quantidade de dias juntos. Dias que eu não sei explicar como me lembro – não sei se é saudade ou vontade. Lembrar de você, gostar de você tem um gosto. Gosto de Whisky.
Aquele gosto que só se sente na ausência... Foi esse o gosto que ela sentiu.
ResponderExcluirAdoro seus contos, e adorei especialmente esse. Não sei se de algum modo me identifiquei com a história, não sei. Sò sei que o conto é lindo, e que eu adorei. PArabéns
ResponderExcluiro felipe eller escreveu muito bem esse conto (: posso escrever muito? hihi to com vontade.
ResponderExcluirentao, estava eu na escola quando me deparei com esse texto. li com meu bf e ele falou que voce escreve muito bem. recado dado :8
eu nao sou em nada - ou quase - parecida com a narradora. mas gostei de ler o que ela tinha a me dizer. a sensualidade do texto envolve uma historia que quase por si só já seria impolgante. ou empolgante? nossa credo.
e a ultima frase arrematou de um jeito que faz tempo que nao vejo!
parabens, fê, de novo, pelo blog.
beijos,
(ps: escrevi isso anos atras e só consegui comentar agr. qdo conseguir comento nos de cima. beijo)