28.1.11

Troço

As palavras são montadamente atiradas da sua boca e mesmo assim não me atingem.
Não há um relógio próximo e isso me irrita potencialmente; não que eu esteja louco para saber as horas, mas sim porque minha cabeça fica tic-tac-tando e não pára.
Tic-tac-tando devagar e me faz divagar. Não queria divagar, queria rápido!
Afinal, rápido vem, rápido vai.
Eu rápido vim e gostaria de rápido estar em casa.
Não nesse país republicano. Quero casa.
Papai, mamãe, irmãozinho.
Que me voltem os verões nos laranjais, ou os piques nos cafezais.
Que eu assista clássicos Disney in Technicolor no meu VHS.
Que eu tenha de volta o meu avô.
Que eu me delicie pulando corda ou brincando de massinha.
Desaprender a olhar as horas e ter de volta minha bicicleta - pra chorar pelo meu joelho machucado, não pelo meu coração despedaçado.
Pra pegar pirraça de boca cheia, até soluçar.
Não devia me lembrar de nada disso agora...
Mas não consigo me concentrar na aula
Viva a Fonética e a Fonologia!

2 comentários:

  1. felipe feliiiiiiiiiiiiipe. como assim cara?
    nota mil pra você, quem dera todos os textos dos blogs tivessem um pouco de voce, rs.
    sim, esse é meu jeito de ficar impressionada *---* haahah

    amei, amei muito. e compartilhamos esse meio saudosismo e o auto-presente da licensa poética.

    beeijão.

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  2. Minha cabeça fica assim pelo menos uma vez pos dia, rs.

    Adorei o texto! Só não seja irônico com a Fonologia novamente, adoro essa disciplina, rs!

    *

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