27.11.10

Julia


Possuía olhos verdes que amedrontavam, sempre.
Sabia que o laço em que estava envolta era o que mais lhe importava.
Distancia mínima ela mantinha, das pessoas as decepções viriam, ela cria.
Era inconstante e ameaçadora e poderosa e viva-
Fulminava.
Queria ser fulminante, sem querer. Nada de aspereza ou indelicadeza. Pelo contrário
Deslumbrantemente linda era
Uma rosa. Sabia que era. E gostava dos seus espinhos -
Arranhava
O amor era a doença que ela mesma diagnosticara incurável
Morreria vermelha de amor
Mataria de amor vermelho
Gostava de ser admirada por quem admirava. Selecionava quem
Lambia, beijava, mordia
Ela
Queria lamber, queria beijar, queria morder
Queria uma, queria duas, queria três
Doses
De absolutismo, de bandas de rock ou do que desejasse.
Trazia em si marcas de uma época que não volta,
Marcas de dor, marca de lágrimas ou de furor
Traduzia, lia, relia – Katharsiava.
Queria viver um livro que já fora escrito
Cujo ela não era a protagonista,
Em que não era princesa em perigo
Ela era a rainha malvada.

3 comentários:

  1. Me deu um pouco de medo da Júlia.
    Ela é demais pro meu corpo calmo e levado por batidas hippies.
    Mas é muito bem traçada, mesmo!
    Sempre tão bom, quero um desenho da Júlia!!
    Beijos!

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  2. Rainha malvada que mete mete e inspira.

    Abraços

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  3. Julia's ... tão sarcásticas, imorais, por fora sempre um sorriso, por dentro sempre um rancor... Caiu feito uma luva o nome Lipe, rs. Abraços, adoro esse texto.

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